ARE BABA!

Desde minha infância optei por não assistir novelas, o que a tv via satélite facilitou anos mais tarde porque não transmitia o sinal da Globo, nem SBT...
Mas, após o feriado da independencia - onde tias e sogros acompanhavam com entusiasmo os últimos dias de Caminho da Índias - novela da rede Globo, fui lançada ao vocabulário - reduzidíssimo, diga-se - de palavras e expressões indianas - que aliás, não achei a tradução...mas certamente houve uma pesquisa da autora e equipe a respeito.
E, devo dizer que acertamos em cheio ao decidir não assistir as novelas...minha nossa! Soube que essa maravilha ficou 9 meses em cena!!!!! Imagino a decepção do público (até ouvi alguns comentários numa loja, no supermercado) que seguiu fielmente o desenrolar da trama e vê-lo se resolver em dois blocos no último capítulo...
Um dos personagens principais: Maya, a indiana que após estudar no exterior, retornando ao seu país retomou suas tradições, foi relegada ao abandono sem ninguém ter ido resgatá-la...
Seu marido Raj, após receber um conselho de um Guru, cena que deve ter durado uns três minutos... aparece à beira do rio Ganges e já reencontra sua amada toda enfeitada, maquiada e feliz, voltam à casa, onde o patriarca nem tem tempo de se chocar com o reaparecimento do filho morto porque também houve o retorno da filha que havia fugido, do novo namorado dela, do nascimento da neta, da revelação de seu pai Brâhmane (sacerdote ou professor), da mais alta casta - achei que a autora deveria ter imaginado um dalit (os impuros que violaramos códigos de sua própria casta ou seus descendentes) para que houvesse justiça para aquele homem (Tony Ramos, na trama) tão preconceituoso! Sem contar que não houve um desfecho para a psicopata que fugiu da cadeia tranquilamente. Enfim, os pontos centrais da trama foram menosprezados, me pareceu.
Mas, justiça seja feita, parabenizo a autora pelo feito de obter os mais altos índices de audiência já vistos!
E, reafirmo minha posição: Novelas? Não, obrigada!

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